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Madrid
Escritor Invitado

Como era organizar viagens na altura e agora?

Com este post, inauguramos a categoria Histórias de um Viajante. Esta secção do nosso blogue será contada a partir do ponto de vista de diferentes escritores convidados.


Nesta primeira reflexão, Lucía partilha uma comparação de como era organizar viagens antes e depois do mundo digital, aqui partilhamos um breve perfil dela:

mesa de trabajo amarilla con ordenador, lentes y una foto polaroid que dentro contiene el perfil del escritor invitado
 

Eu sou Lucia, uma argentina apaixonada por viagens. Desde pequena que viajávamos com os meus pais para visitar os meus avós que viviam noutra província, o que me enchia de alegria, em parte pela viagem em si, em parte para ver os meus avós e em parte pelas novas amizades que aí fazia. Depois, quando cresci, comecei a alargar os meus horizontes e viajei por todas as províncias do meu grande país, pelos países vizinhos e depois pela Europa.

Gosto de viajar desde o primeiro momento, desde que o meu cérebro começa a pensar em diferentes alternativas de onde ir na próxima viagem até ao momento em que regresso e vejo as fotografias da viagem.

Sendo da geração dos anos 60, passei por grandes mudanças no momento de organizar e realizar a viagem devido às alterações tecnológicas.


1. Mapas

Nas minhas primeiras viagens, andava sempre com mapas desdobráveis impressos do país, das regiões e das províncias e, consoante a zona para onde viajava, tinha também um guia Pirelli, YPF ou Michelin para me ajudar a orientar-me. Depois juntámos o GPS portátil, mais tarde o do carro e agora com as APPS nos telemóveis, o Google Maps, a internet, a inteligência artificial. Com o Google Maps ou outra aplicação, temos o estado instantâneo do percurso, do trânsito, etc.

Nas minhas primeiras viagens, marcava num mapa o percurso que ia fazer, depois fazia um resumo dos percursos principais e anotava os quilómetros onde tinha de sair ou tomar outro caminho. Quando chegava a uma cidade, a primeira coisa que fazia era procurar um posto de turismo para obter um mapa da cidade e marcar os locais que me interessavam visitar de acordo com o tempo que ia estar nessa cidade. Hoje descarrego o mapa do Apina com os lugares já marcados.



2. Reserva de bilhetes

Quando não viajava de carro e tinha de reservar bilhetes, fazia-o através de uma agência de viagens, era bom ter uma agência de viagens simpática que nos ouvia e nos orientava para fazermos a viagem dos nossos sonhos. Eles montavam o circuito com os bilhetes de avião, os hotéis, as excursões e os itinerários em cada cidade e uma cópia dos mapas de cada cidade a visitar. Entregavam-lhe um envelope volumoso com os vouchers para todo o circuito e lá ia você ver o que realmente ia encontrar.

Hoje em dia, pesquisa-se os lugares a partir do computador ou do telemóvel, vê-se as diferentes alternativas oferecidas pelo mercado, comparam-se circuitos, lêem-se comentários de outros viajantes, monta-se o próprio itinerário e compra-se e paga-se os diferentes bilhetes, hotéis e excursões sem sair da poltrona. E se não quiser preocupar-se em organizar o seu próprio itinerário, pode pesquisar na Internet as excursões e fazer tudo a partir do seu computador ou telemóvel.





3. Organização de viagens: locais a visitar

Quando se tratava de definir o circuito a percorrer e os locais a visitar, recorria a guias de viagem. No meu caso, utilizei os guias Pirelli, YPF, Michelin e livros de viagem.

Hoje, leio vários blogues e monto o meu itinerário de acordo com o que mais me agrada.



4. Comunicações

A comunicação com a família era um grande problema. Quando ia de férias, tinha de procurar um telefone público ou um centro de atendimento para saber como estávamos. Depois apareceu o telemóvel, mas em muitos locais não havia cobertura, mas foi um passo em frente e agora, com os telemóveis actuais, é possível fazer videochamadas em quase qualquer lugar. Fazer um vídeo em direto e partilhar o momento que está a viver com os seus entes queridos é fantástico! Que eles desfrutem desse momento consigo é muito agradável, não é o mesmo que mostrar uma fotografia do local algum tempo depois.



5. Dinheiro

O dinheiro para a viagem! Que mudança! Antes, tinha de pensar onde levar o meu dinheiro, certificar-me de que estava seguro, notas grandes para não ficarem tão volumosas, um pouco de dinheiro pequeno para as necessidades imediatas e depois pedir o troco em cada destino, rezando para não o perder, ou usar um cheque de viagem. Depois apareceram os cartões de crédito, mas não era possível utilizá-los em todos os estabelecimentos comerciais e, em alguns países, nem sequer aceitavam certos tipos de cartões. Era necessário passar por um processo manual para registar o número e preencher à mão o montante gasto. Hoje em dia, com os cartões de crédito sem contacto, as carteiras virtuais, etc., esse problema desapareceu. Basta ter o telemóvel à mão, ou o relógio, ou o chip certo! Eu até já tenho o meu telemóvel, vamos ver como me saio!


O tempo passa, as grandes mudanças acontecem, adaptamo-nos rapidamente a tudo o que é novo e pensamos como poderíamos ter vivido sem todos estes avanços, mas felizmente aparecem sempre outras coisas novas que nos surpreendem e vamos atrás de mais. O que fica sempre é o espírito viajante, o desejo de conhecer algo novo, de conhecer pessoas, de conhecer outras culturas que nos enriquecem, de viver a viagem desde o início e que fica gravado no nosso coração.

 

Perguntas para os nossos leitores:


O que mais o surpreendeu na forma como costumava viajar?
Qual é a sua ferramenta preferida para organizar viagens atualmente?

Deixa a tua resposta nos comentários!

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